quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Rio, lá vamos nós!!!

Há alguns anos eu fiz meu primeiro Blog... Chama-se Universo Verbal. Está lá na pesquisa do Google junto com o meu nome. Não poderia ser diferente porque ele sou eu. E eu sou ele. Começou por causa de um monumental pé na bunda, passou por muitas dúvidas, sofrimentos, pela descoberta de um novo amor, pela mais sublime das alegrias - a de ser mãe, e pelo nascimento de uma nova pessoa que gerei dentro de minha alma e que continuo gerando: eu. e passou por muitas dúvidas e certezas também. 

Na verdade, ele foi e é minha voz... Descobri nele que prefiro dizer as coisas escrevendo do que falando. E eu, por um tempo, precisava muito, muito dizer o que sentia para não morrer engasgada com minhas dores e expectativas e também para dividir minhas alegrias. A pena é que algumas pessoas não entenderam isso muito bem. Anônimos me atacavam - alguns não tão anônimos, é verdade - e, num desses ataques uma criatura de Deus - acho que foi Deus quem fez, assim espero - disse a respeito do meu amor pelo Rio de Janeiro:

Anônimo Disse:
Sabe o que eu acho irritante? É que vc se acha muito especial pelos hábitos e experiências, mas não são nada de extraordinário. São comuns. Vc vive mesmo no mundo da sua fantasia. Como quando diz que o Rio de Janeiro é sua cidade maravilhosa. Quem não te conhece pensa que fica hospedada no Leblon, ou pelo menos em Botafogo, Tijuca, Urca... Mas, querida, vc fica em Campo Grande!!! Não tem nada de glamour nisso, honey.

7 de dezembro de 2009 09:57

Bom, próximo dia 10 de outubro faremos nova viagem para o Rio. Já fui para lá incontáveis vezes. E, pelo menos nas 5 últimas, estive em Campo Grande e sempre fico hospedada na casa da prima da minha mãe, a adorável Carminha. Sobre Campo Grande, a Wikipédia nos diz o seguinte: 

Campo Grande é um bairro da Cidade do Rio de Janeiro, ocupado por uma população, em sua maioria, de classe média.

Sua ocupação remonta aos idos de 1603, e está localizado na Zona Oeste da cidade, e tem menos de um milhão de habitantes.

Entrecortada por montanhas que o separam do mar, faz divisa com outros dez bairros da Zona Oeste.

Aquela região tem o maior contingente populacional da cidade e sua região central é uma das mais valorizadas daquela localidade.

Juntamente com Guaratiba, com quem faz divisa, é considerado hoje a "última grande fronteira para uma expansão de acordo com suas vocações específicas e para o crescimento harmonioso, devido às potencialidades econômicas e culturais que o ambiente natural lhe proporciona desde os primórdios de sua ocupação. A Região apresenta grande potencial para o desenvolvimento de pólos de gastronomia e de turismo ecológico".

Em 2008 o bairro ocupou o 3º lugar em número de lançamentos imobiliários no município do Rio de Janeiro.


Sobre o(a) Anônimo(a) em questão tenho que considerar que há quem use do expediente do anonimato para preservar sua intimidade por diversas razões, até mesmo por segurança. E há os que fazem uso desta ferramenta para "jogar pedra e esconder a mão", e esse foi o caso.

No caso, o(a) anônimo(a) que escreveu o tal comentário é - ou era - uma pessoa que fica o tempo todo a espreita, aguardando qualquer movimento para se manifestar, com ironias, sarcasmo e ofensas, e eu, sinceramente, nunca soube o motivo de tanta hostilidade. Ficava pensando - e confesso que ainda penso - o que havia feito para que essa pessoa sempre fizesse esse tipo de comentário tosco. Mas, cada qual com seu cada um, né? A pessoa se dá o trabalho de entrar num blog de alguém - não é obrigada a isso - e ainda ofender! Uma coisa é expressar opinião, dizer o que pensa com o intuito de acrescentar e até mesmo contestar de modo elegante e suficiente, outra é dizer o quer com o objetivo de atingir pessoalmente alguém.

De qualquer forma, eu me senti extremamente incomodada com o fato de essa pessoa falar assim de minha querida "Big Field", como é carinhosamente chamada a região de Campo Grande, no Rio de Janeiro.

E, assim, passo a fazer algumas considerações a respeito da Cidade Maravilhosa, da qual Campo Grande é BAIRRO,  e do que ela representa para mim.

Para começo de conversa, foi lá que nasceu aquela que eu considero minha Alma Gêmea: A Gláucia. Ela é minha prima em 3º grau, eu nós nos conhecemos aqui em Brasília em 1994. Desde então ela faz parte de minha existência e, mesmo sem nos falarmos por muitos anos, eu tudo sabia da vida dela e ela da minha. Ela é aquela pessoa com a qual eu não preciso falar nada. Ela simplesmente sabe. E eu bem assim com ela. Quando ficamos agoniadas para falarmos uma com a outra, pode saber que uma de nós duas está precisando de "colinho".

No Rio de Janeiro eu me deslumbrei, desde pequena, com as belezas naturais e com a maravilha que é sua população. Namorei, aos 16 anos, com um carioca lindo demais da conta... Eita! Marido, não fique com ciúmes porque já faz 21 anos, hein?

E, aos 18 anos eu passei lá meu aniversário, numa rotina de princesa! Foram dias memoráveis junto com meu amado pai. Só para constar, tive a oportunidade de jantar no Cipriani do Copacabana Palace que, na época, era um dos 10 melhores do mundo,  com pessoas agradabilíssimas, tomando um vinho espetacular, comendo uma comida digna dos deuses e, de quebra, degustando peras ao vinho de tirar o fôlego...

Em 2008, enfim, eu voltei ao Rio, dessa feita para resolver a minha vida de uma vez por todas. Foi aí que pisei pela primeira vez no Campo Grande, na casa da Carminha - Minha - onde revi uma grande parte da família que havia mais de 10 anos que não via. Foi em maio.

Em Campo Grande eu percebi que não sentia mais falta da vida que eu levava. E foi de lá que eu saí para ir ver - lá no Recreio - uma lua em brasa saindo do mar. Ganhei um beijo, e me roubaram o meu. E nada além disso aconteceu, mas começou ali uma grande turbulência na minha vida. Um terremoto que me destruiu para que eu pudesse me refazer por inteiro. Nessa mesma viagem visitei Niterói e o Museu de Arte Contemporânea de Niemeyer com seu ângulo idêntico ao do Pão de Açúcar e também estivemos no Fortaleza de Santa Cruz da Barra de onde assisti a um dos mais lindos por do sol da minha vida inteira. Isso tudo rodeada de gente amada!

Passados poucos meses, já destroçada, totalmente em cacos, eu voltei para o Rio. Novamente para Big Field. Desta vez em julho. Lá eu descobri que havia construído sobre meu entulho, um Castelo de Areia que foi destruído ao primeiro sopro de vento de dificuldade.

E veio o colinho da Gláucia e os cuidados de Minha...

Naquele colo seus lábios pronunciaram, entre meu choro soluçado, tudo o que eu queria dizer e não podia. E ela chorou comigo todas as minhas dores. Todas. E ficou ali comigo tempo e tempo, sem enxugar meu rosto, só sentindo meu coração, e eu ao dela. Ela foi minha alma com voz.

E eu fui embora... Voltei para meu Planalto Central, sem a menor perspectiva de qualquer coisa. Perdi meu emprego. A dignidade, e ganhei dias e mais dias de sofrimento e dor.

Arrumei outro serviço - ou melhor, arrumaram para mim - e eu nem queria saber quanto eu iria receber, o que eu iria fazer. Foi então que recomecei.

Em dezembro ouvi rumores de mudanças para mim. Alguém me via e me admirava... Mas, ainda atolada em meus escombros e presa a uma relação sem futuro, eu nada via.

Até que entre fevereiro e março de 2009, eu conheci uma alegria que parecia não ter fim. E lá fui eu para Campo Grande compartilhar a felicidade que já não cabia em mim.

Foi bom e foi difícil também. Recebi notícias que não gostaria. Eu me senti um pouco humilhada, incapaz, débil e sem forças, senti que eu era nada mais que um galho seco e infértil. Mas, o amor que tenho pela vida me dava todas as condições de continuar porque o amor é assim: Esperança atrás de esperança.

Dormíamos na casinha da Minha, no chão, com boa parte da família espalhada por tudo quanto é canto da casa. Gente, quanta alegria!!!

E a Jaca - é assim que nos chamamos Gláucia e eu - lá conosco, dando força e enchendo tudo com aquela alegria sem fim e seu sotaque de garotacariocasuinguesanguebom!!!

O tal do pé na bunda veio e eu não pude chorar minhas pitangas lá no Rio. Afinal, eu estava trabalhando e relativamente estável no emprego... E foi lá no novo emprego que Paulo me viu. Depois, num churrasco, eu o vi pela primeira vez. Pose de tiro de espingardinha de chumbo, tão lindo, eu pensei... Mas, coração machucado, sequer passou pela minha cabeça que aquele homem maravilhoso, gentil e educado, pudesse um dia ser meu companheiro de vida. No entanto, a amizade nasceu primeiro e, pacientemente, esperou o amor ter lugar para crescer. E cresceu.

Anos depois, minha pequena já com três anos, voltamos ao Rio, finalmente!!! Campo Grande, novamente, um calor que nunca pensei na vida sentir... E aquele carinho. Comida delícia!!! Naqueles dias me marcaram dois restaurantes: o Frango Assado e o Cantinho da Dirce, esse último meu velho conhecido, sobre os quais voltarei para discorrer aqui no Blog com calma para lhes dizer sobre seus maravilhosos sabores. Ambos ficam na Zona Oeste - é, gente, Zona Oeste não tem só a Barra, não!!!

Também estivemos em uma praia próxima a Angra, bem delicinha, tipo laguinho, de águas bem morninhas. Depois, passamos alguns diazinhos em Copacabana, hospedados pelo Airbnb em uma kit super fofa e hipermegablaster bem equipada. Eu, Paulo, Sofia e Carminha, a melhor guia turística de Rio de Janeiro do mundoooooooooooo!!! Aula de história garantida!!!

A kit ficava na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, super perto da estação do metrô, com que fomos ao Jardim Botânico nos valendo da integração e também a outros lugares. Com o Bigo - Rodrigo, meu primo, filho de Carminha - fomos a outros lugares também, como a restaurantes à noite. Inclusive ele também se espremeu conosco lá na kit. Também fomos à Feira do Lavradio, uma feirinha super charmosa com toques de cultura alternativa, brechó e antiquário, que acontece uma vez ao mês lá na Rua do Lavradio, no Bairro da Lapa. Almoçamos em um restaurante super charmoso e também fomos parar num self-service bem gostoso. Ficamos tentados por um rádio de 1947 que não compramos, infelizmente e por máquinas de costura antigas. Não trouxemos nada além de um lindo colar para mim e de um móbile de material reciclado - presente de Carminha - para o quarto de Sofia.

Jardim Botânico duas vezes nessa viagem!!! E a lembrancinha da casa: uma bela ilustração do lugar que já está devidamente emoldurada e pendurada na parede da sala. Além de um perfume maravilhoso, com cheirinho de Rio de Janeiro!!!

Visita ao centro, Candelária, ruas e Confeitaria Colombo, onde fui acometida de uma inexplicável emoção e choro compulsivo. Almoço na Colombo, caminhada pelo centro e depois lanche da tarde também na belíssima confeitaria. Foram dias memoráveis.

 Depois de tudo, só posso dizer que estou louca de saudades daquelas montanhas que cercam a pequenina grande casa da Minha, com seus vizinhos que entram e saem a qualquer hora do dia e da noite.

Em suma, é no Rio, SIM, que vivo meus melhores e piores momentos, até porque eles estão comigo onde quer que eu vá.

Se em Big Field eu rio e choro, vou para o Leblon para curtir, para Copa esbanjar, para Ipanema passear, para a Lapa dançar e a Niterói para me roer de emoção com aquela vista de tirar o fôlego de tão linda!!!

E foi em São Gonçalo que passei bons tempos na adolescência, e em Pedro de Alcântara que vivia uma família nota 10.

Em Cabo Frio eu pude contemplar aquelas areias que nem sei como podem ser tão branquinhas... Arraial do Cabo... Que linda!!!

E Rio Bonito e seu caloooooooooooooooor!!! Affffffffffff!!!

O Rio de Janeiro não se resume somente à Cidade do Rio de Janeiro. Ele é composto por toda a região que o cerca, pela Serra, e, sim, por todas as suas Zonas, inclusive a Zona Oeste: Olaria, Realengo, Bangu, etc, onde vive boa parte dos meus familiares.

É, sim no Rio que minha vida acontece e tem acontecido.

E a minha fantasia é a realidade que já vivi: Desde a viagem que toda garota gostaria de ter - com direito a motorista particular, o melhor hotel de Ipanema, furar fila na boate mais badalada do momento, conseguir um jantar praticamente impossível naquele que era considerado o 10º melhor restaurante do mundo e fazer compras no shopping mais-mais do Rio -, passando por uma viagem meramente turística, por todos os cartões postais, e só na casa da Minha sem ir para lugar nenhum, só pelo prazer de estar com pessoas que amo... Passar a lua de mel no Estado do Rio, em Petrópolis, chegando pela estrada Teresópolis - Petrópolis na companhia de Carminha e Bigo, com direito a parada no mirante do Dedo de Deus e um almoço sem igual num restaurante quase chegando a Teresópolis. Visita à casa da Jaca - tão lindinha - em Guapimirim.

Eita fantasia boa, hein? Você iria acordar dela? Eu não preciso. Vivi tudo isto, e de olhos muito bem abertos!!!

Não me acho especial... Mas, o(a) caríssimo(a) anônimo(a), foi quem disse... Só que eu continuo não me achando especial. Sou apenas uma pessoa que vive sua própria vida, com seus hábitos comuns.

Uma pessoa que teve na vida excelente educação nas melhores escolas que o dinheiro poderia pagar. Que vestia as melhores roupas e, se quisesse, teria o melhor do melhor na vida. Mas, jamais vi o dinheiro que não fui eu que conquistou como forma de mostrar ser uma pessoa que eu não sou.

Glamour... é uma palavrinha inglesa que significa "feitiço, magia"... Graças a Deus eu não sou enfeitiçada pelas Grifes de luxo e por hotéis de milhares de estrelas... A vida não é feita de Louis Vuitton, Dior, Chanel, DG, e afins.

Claro que tudo isto é maravilhoso! E como eu sei que é!!! Mas é mais maravilhoso ainda quando podemos ter tudo isto com dignidade, ainda que seja sem muito esforço, com dinheiro que não fomos nós que conquistamos.

Sabe, eu tenho o maior orgulho quando elogiam uma roupa minha e ela custou bem baratinho. Tenho o prazer de encher a boca e dizer que ela foi uma "pechincha"!!! Hehehehehehe!!! Ao passo em que eu fico constrangida quando compro uma roupa cara e perguntam onde foi que comprei e quanto custou.

Não quero Glamour... Gosto mais da vida real e do que ela me proporciona de maravilhoso. As sensações verdadeiras. Tudo isto é que me motiva.

E é a vida real de Campo Grande que me atrai. Que me leva para lá. É o amor verdadeiro da minha família, a honestidade daquela gente e daquele chão.

A(o) anônima(o) só digo, ainda que intempestivamente, 7 anos depois: Honey... Eu recomendo que vá conhecer Campo Grande e o restante da Zona Oeste do Rio. Mas, eu só faço esta recomendação caso você tenha alguém que lhe ame profundamente por lá, e gente interessante para conversar um papo franco, aberto, sem maquiagens.

Assim como eu recomendo a você que, quando estiver em Ipanema, Lebon, Copa, Botafogo, Flamengo, São Conrado, Barra, Recreio ou em qualquer outro lugar, que você possa ir com alguém que ama demais. Assim, um amor para toda a vida. E que lá possa encontrar amigos verdadeiros daqueles que não importam as circunstâncias estarão sempre com você. Mesmo quando você for embora de lá, e mesmo que o amor que era para ser para a vida toda lhe deixar ir.

E que isto encha tanto a sua vida que faça você perder esta necessidade de cuidar da vida alheia, e de ocupar seu precioso tempo com pessoas como eu e com o meu Universo cheio de minha vida... Chaaaaaaaaaaaaata! Sou! Demais! Mas, ó só que bom: Cheinha, cheinha de pessoas que eu amo... Só lá em Campo Grande, eu conto mais de 50!

Eu só espero que neste novo ano eu possa voltar lá várias e várias vezes... Nem que esteja hospedada na Zona Sul... Eu vou, eu vou, para Big Field, eu vou... Vai um cafezinho aí? E o Filé à Parmegiana da Carminha? O camarão fritinho no alho e óleo? Vai uma torta de banana?

Ah... E o abraço gostoso do Bigo, hein? E o cheirinho da Alice, recém-chegada à família Barreto, a simpatia e aconchego brasiliense da Larissa com sua beleza estonteante? 

Sem contar as histórias da Minha que quase nos matam de rir... Rrrrrrrrrilaxa!!! Hehehehehehe!!!- entendedores entenderão e morrerão de rir!!!

Aliás, a Carminha é uma das melhores companhias para se ir a qualquer lugar que seja. Ela sabe tudo de tudo quanto é lugar. As histórias, tudo a respeito da população... Uma professora de mão cheia, e com um olhar aguçadíssimo para a alma das pessoas e seus espaços. Um luxo!

"Ô do Carmo! Tem um copo de açúcar para me empreixxxtar?" Eita coisa boa de ouvir!!! Ô saudade graaaaaaaaaaaaande, gente!

Saudade das histórias da Maria também... Uma moça batalhadora que eu acho que a Lady Katy se inspirou nela para falar... Olha, aquela menina bota qualquer um no bolso com sua inteligência e espírito guerreiro.

Naquele lugar a gente pode ficar horas a fio ouvindo vidas serem desfiadas em uma enxurrada de tempos contados em palavras...

Saudades muitas... Do Rio e sua Copacabana, Ipanema, Leblon, Botafogo, Urca, São Conrado, Lapa, Santa Tereza, Olaria, Realengo, Bangu e Campo Grande...

E mais saudades ainda desse abraço que você vê aí ó, acima do texto... Eu e minha Amiga Alma Gêmea... SE você tiver um desses aí, em qualquer lugar que seja, vai correndo... Não há barraquinho no mundo que não se transforme imediatamente no Burj Al Arab, e não há bairro afastado que não se transforme na Champs Elysees...

E, para vocês, viajantes que buscam informações, ou ainda somente os leitores que viajam nas ondas das palavras, só digo uma coisa: a próxima está por vir, e teremos muito mais para contar! Aguardem!!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

São Paulo: 3 dias - Parte V

Dia IV

4º DIA: 13/8/2016 (meio dia de passeios e volta para casa)
                Dia do doído check-out. São Paulo merece mais tempo, sem dúvida. E muito mais dinheiro também, nem se fala.
                Mas, quisemos aproveitar o máximo que deu. Eu fiquei no apartamento para apertar nas malas as roupas. Incrível como você leva quase as mesmas coisas, mas parece que tudo fica maior. A mala de Sofia, obviamente, ficou mais cheia por causa das novas aquisições, mas deu tudo certinho. Paulo e ela foram passear para ver o MASP – não para entrar - e visitar o Trianon. Lá eles brincaram no parquinho, o que foi ótimo para ela. Eles voltaram por volta de meio-dia e descansamos todos até meia hora antes de sairmos. Às 14h em ponto, deixamos a mala sob os cuidados do hotel sem custo algum e fomos almoçar. Bem em frente ao hotel o viciado em comida chinesa Paulo e nós outras normais fomos comer comida chinesa. Frango agridoce, arroz colorido e rolinho primavera... Prevalece o que a pequena gosta, já que ela gosta demais desse frango. Bem parecido com os fast chinese foods que já conhecemos. Molho super doce no frango, muita massa, rolinho encharcado de óleo e arroz com pouca cor. Normal, mas gostoso. Tudo isso e mais um guaraná antártica por R$86,02.
                De lá, já seguimos para a Manteigaria Lisboa, local onde se faz exclusivamente pastéis de nata. Fomos à unidade da Avenida Paulista, que fica na Rua Pamplona 674. Bem fácil de encontrar, fica ao lado da Drogaria Onofre. A cada fornada pronta, toca-se um sino na rua e, pouco a pouco, chegam as pessoas para comer a famosa iguaria. Servem-se combos com cafezinho, vinho do porto ou espumante a preços razoáveis. Cada pastel custa R$5,00. Porém, a caixa com 6 unidades para viagem fica por R$ 25,00, ou seja, um sai de graça. Provamos do frio e do recém saído do forno que, de tão quente, não deu para saborear direito. Conselho de quem teve a experiência: "arranca o couro"! Não dá para sentir o sabor direito de tão torturante que é o quente dele.
Trouxemos outros 6 para dar de presente para o Pappys de dia dos pais, pais, desafortunadamente, ele estava com crise de diverticulite, coitado! Mas, ele conseguiu comer. Gastamos ao todo lá R$ 45,00.
Os borbulhantes pasteis de nata recém saídos do forno!


Eles reinam soberanos numa casa de única especialidade. Vale a pena a visita.

Um dos trechos de poemas que enfeitam o visual vibrante da Manteigaria. Imperdível.
                Já quase hora de ir embora... Andamos até o hotel, pegamos nossa bagagem e fomos para o aeroporto com aquele gostinho de quero mais. A corrida até lá, do hotel, ficou R$ 13,40. O motorista que nos levou foi levado ao Uber X por causa da crise, mas pelo menos não está desempregado. Com exceção de um outro, todos os demais estavam na empresa porque estavam sem emprego formal. Foi a salvação. Gostamos muito do serviço de todos. Muito simpáticos, corteses e sempre com aquelas amenidades do Uber que todos conhecem. Ficou o convite para passear em Brasília ao último. 
Espero que atenda. Vamos ter o maior prazer de retribuir a gentileza dos paulistanos para conosco.
Gostaria apenas de acrescentar que, se em termos de simpatia e hospitalidade, os cariocas são imbatíveis, os paulistanos, digamos assim, são os ingleses brasileiros. Cordiais, formais, gentis, atenciosos e sabem receber como ninguém. Nessa arte, eles são mais que profissionais.

São Paulo: 3 dias parte IV

Dia III

3º DIA: 12/8/2016
                Esse foi o dia de Sofia, de verdade! Do hotel para o Aquário Municipal de São Paulo, que fica no bairro do Ipiranga, na Rua Huet Bacelar, 407, gastamos com o Uber X R$18,67. A entrada no local custa 80,00 a inteira e somente crianças pagam meia. Nós pagamos numa promoção do sítio oficial R$36,00 por pessoa, dentro do prazo estabelecido e com dia e hora marcados. Até vimos duas excursões de alunos, mas só isso e bem mais comportadinhos que no Catavento.
                Apesar das muitas críticas que já li sobre o aquário, principalmente com a chegada dos ursos polares, fiquei apaixonada! Achei os recintos muito bem cuidados, com tamanhos legais. Vi muitos funcionários fazendo observações criteriosas dos animais. Foi o local em que mais nos demoramos em todos os dias de São Paulo: 5 horas no total. Chegamos às 11h, saímos às 16h!!!
Alguns dos tubarões... 
                No melhor estilo Tostines – entendedores entenderão -, não deu para saber se era um zoo que era um aquário ou um aquário que era um zoo. Justiça seja feita que a maior parte dos animais eram aquáticos e ainda por cima os terrestres eram de biomas estrangeiros.
                Bom, começamos pelos pequenos animais, tais como pequenos peixes de água doce, sapinhos, rãs, um jacaré do papo amarelo e ainda um raro exemplar do mesmo, só que albino. Depois, os pequenos aquáticos e mais à frente 9 tubarões, sendo 8 adultos e uma pequena fêmea em período de adaptação.
Pirarucus
               
Tucunaré
Diga oi, peixe-boi!
Andando mais um pouco, um belíssimo e gigantesco aquário de floresta submersa: pirarucu, tucunarés, pintados e um amado e fofo peixe-boi. Os pirarucus fizeram uma boa e barulhenta farra com a ração, e eu impressionada com a abocanhada barulhenta que eles dão!
                Depois, as divertidas e alegres focas e ainda mais um pouco os encantadores pinguins de Magalhães... Ali, sim, fofurice pouca é bobagem!!! Delícia de ver o quão ativos eles são, interagindo o tempo todo com os visitantes, tão curiosos, tão, tão eles!!!

                Passamos então, pelos biomas da África, com inquietos suricatos, macacos colobus – lindos, lindos com seus mantos de pelos compridos brancos – e os lêmures-de-cauda-anelada. No interlúdio, passamos pelo bioma Indonésio, com a raposa voadora, ou morcegos gigantes, tranquilões dormindo lá na tela de proteção superior, pegando um quentinho... Eu adoro, porque não tenho medo de morcegos, pelo contrário, gosto muito deles e não tenho medo sequer de pegar. Aliás, o recinto mais limpo de todos. Ao lado, algumas serpentes. Essas, sim, me dão agonia impressionante. Não gosto sequer de chegar perto. Nem ver de longe!
Sofia e os Suricatos!
                O último recinto temático estrangeiro foi o da Austrália. Cangurus, um Wombarte e uma Equídina estavam lá. O único bichinho que me deu dó foi o Wombarte, que não parava de andar de um lado para o outro, como se estivesse agoniado com alguma coisa. O recinto do Koala já está pronto, e em breve o novo membro da família chegará.
                Dali, vamos para os grandes animais como o fofo do lobo marinho, brincalhão e enorme. Mas, enormes mesmo são os ursos polares. Gente, do céu, a gente não tem qualquer proporção até que chega a poucos metros de um deles. Um recinto muito, muito grande mesmo.
Dormir no quentinho de um sol manhoso... Isso é que é vida!!!
                Além de tudo isso, ainda há 3 outras atrações: o cinema 7D – que não fomos, o Jurassic Aquarium e o Aquário Abaixo de Zero. Os dois últimos custam R$10,00 por pessoa cada. Achei muito por pouco. Fui ao primeiro e parece um trenzinho fantasma só que de dinossauros. E o outro com o tema de Era Glacial, com mamutes, ursos e homens pré-históricos.
                Depois de tudo isso, tudo isso outra vez, e outra vez, e outra vez!!! Criança quando gosta, gosta mesmo! Lá dentro, há três lojinhas temáticas. Com toda sorte de trecos. De camisetas a produtos licenciados da Disney e ainda de instituições que protegem animais específicos, como o peixe-boi.
                Também há uma lanchonete e um restaurante. Utilizamos o segundo e, como no sítio oficial do aquário diz que ele é novo e lá também oferecem o novo restaurante, acreditei que realmente fosse assim. Mas, parece que o lugar já viu melhores dias. Comida simples, e caríssima, eu achei, pelo nível. Mas, enfim, pelo tempo em que ficamos lá, era a melhor opção. Para nós três, R$62,97. Não nos lembramos ao certo, mas achamos que é mais ou menos R$50,00 o quilo.
                De lá, pegamos um carro e fomos para a Liberdade – então, amamos! -, e a corrida deu R$ 18,96. Foi nesse dia que andamos mais lá no bairro, observando melhor as lojas e, de fato, entrando, já que queríamos trazer lembrancinhas para as nossas mães. Para a minha, uma caneca de corujinha, com colher de porcelana e tampa de bambu, por R$35,00. Para a do Paulo, no maravilhoso Empório Azuki, uma caixa de madeira com 6 caixinhas de chá Twining’s, por R$72,00. De lá também vieram 2 latinhas de Mojitos de limão por R$ 6,00 cada, e ainda uma caixinha de coelhinhos Lindtt, por R$ 3,99, porque estavam no mês de vencimento. Motivo de arrependimento posterior por não ter trazido umas dez!!!
                Ficamos babando com o lugar... Tem de tudo e de todos os lugares. Temperos, comidas frescas, molhos, snacs... Ai, meu Deus!!! Nessas horas a gente queria morar em São Paulo.
                Depois, fui comprar uma mochila que, mesmo sem saber diretamente, minha Mammys providenciou para mim, depois do sumiço da minha querida Eastpak. Trouxe uma Jansport de Elefantinhos, enoooooooooooooorme, pelo precinho R$199,90. Aniversário rendeu!
                Voltamos para o hotel para mais um descanso e depois nos arrumamos para um restaurante Phynno: Vinheiria Percussi, para trazer o único item – dessa vez – que comporá a decoração de nossa casa. O prato da Boa Lembrança da vez era o Pansotti in salsa di noci – um ravióli de massa fresca da casa recheado com ricota e espinafre, servido ao molho de nozes. Delicado e confortável como um abraço de amor apertado e aconchegante num dia frio. Infelizmente não anotei o nome do prato que Paulo escolheu, mas era uma massa recheada com carne e linguiça e peras, servida sobre panceta e sálvia salteada. Mais intenso e quente como uma noite de volúpias. O vinho escolhido foi em taça, um Pinot Noir maravilhoso Marques de Casa Concha – 2014, da casa Concha e Toro. O preço do lugar é salgado: Os dois pratos, as duas taças e uma garrafa de água pela bagatela de R$231,66, incluindo os 10%. Não pedimos sobremesa. Ficou faltando no meu jantar italiano o tiramissu. Mas, por tudo isso, não dava.
                Sofia dormiu logo que chegamos ao restaurante. Pedimos para mudar de mesa e todos foram tão gentis e agradáveis conosco que, assim que uma das mesas do sofá foi desocupada, logo providenciaram nosso novo cantinho. O local é muito bem decorado e chama a atenção um grande painel de "azulejo" pintado com o tema de Dionísio, o deus do vinho em uma de suas famosas festas. A casa é comandada pelos irmãos Silvia e Lamberto Percussi. Ela, chef, ele somelier da casa. Amamos. E amamos mais ainda trazer nosso Prato da Boa Lembrança, que já está devidamente bem instalado em nossa casa.


Já no hotel, mas uma noite gostosa no friosinho de Sampa. Nana nenéns!!!

São Paulo: 3 dias - parte III

Dia II


2º DIA: 11/8/2016
                Cansados que estávamos, acordamos só lá pelas 9h. Enfim, fomos provar o café da manhã do Mercure. Bom, bastante bom. Nada de extraordinário, exceto pelas frutas maravilhosamente fresquinhas! Opções variadas de pães, sempre duas opções de bolos doces, salgados e folheados, sanduicheira... Não posso deixar de dizer que já ficamos em lugares de café pior e melhor. Mas, considero que o de lá satisfez muitíssimo bem as nossas necessidades. E isso é muito diferente e muito melhor do que ser ruim.
                Nosso primeiro destino foi o Espaço Cultural Catavento, localizado na Av Mercúrio, s/n - Pq Dom Pedro II, no Brás. Pertíssimo do Mercado Municipal e da 25 de março. De Uber Black que pegamos sem querer porque é 30% mais caro que o X, ficou R$ 23,24.
A fachada do Palácio das Indústrias: A foto não faz jus à beleza do lugar...

Uma das lindas janelas do local. No melhor estilo Art Décor, tal como o prédio!
                Um local fantástico para crianças – e adultos também – está situado no Palácio das Indústrias, antiga sede da Prefeitura. O prédio, por si só, já vale a visita de tão lindo e majestoso. Não há como não se encantar com a sua imponência! Magnificamente construído entre os anos de 1911 e 1924, foi concebido para expor os produtos da agricultura e indústria brasileiras. Fiquei simplesmente estupefata com a exuberância do edifício. Não se pode deixar de notar que as esculturas presentes no frontão apontam para o que na época – e ainda hoje – é a maior riqueza do país: a agricultura. Touros, elementos vegetais são eternizados em estátuas com movimentos vivos, logo na entrada.
                A entrada custa R$ 5,00 por pessoa, conta com banheiros limpíssimos, embora já estejam merecendo uma boa revitalização e reforma. Há muitas crianças por lá o tempo todo. Portanto, não espere um momento sossegado. Inúmeras excursões de escolas municipais e particulares estarão por lá, orientadas por monitores de cada uma das estações. Universo, Vida, Engenho e Sociedade. Física, química, geografia, sociologia, história, biologia... Tudo isso em um só lugar, interativo, um labirinto de conhecimentos.
Qual a sensação de se estar dentro de uma bolha de sabão? Lá é possível saber!
                Entramos pela seção que mostra o planeta Terra. Amei! Tudo interativo, tudo divertido. Passeamos bastante e a última parte em que estivemos foi a Engenho, dedicada a experimentos de física... Mecânica, elétrica, acústica, ótica... Tudo muito bacana. A mais legal, na minha opinião. Ficamos de cabelo arrepiado, giramos rápida e lentamente, fizemos força demais, força de menos, entramos em bolhas de sabão, ouvimos, vimos, tocamos... Muito bom mesmo!!! Ficamos mais de 3 horas lá dentro.
Sofia e o pai sobre a reprodução de um arco romano: Nada os apoia por baixo, somente os encaixes entre as próprias peças - pura Física!

Espaço Engenho: O mais divertido!


Borboletário.

Fonte na fachada. Lindas carpas para admirar!
                De lá fomos a pé para o MercadoMunicipal de São Paulo, local onde já estive e que me encantou até o último fio de cabelo. Não somente pela enorme variedade de produtos “secos e molhados”, frutas, legumes, temperos e cortes de carnes e frios de toda parte do mundo, mas também pela arquitetura de tirar o fôlego. O exterior é fétido de urina, por causa dos inúmeros moradores de rua que passam a noite por ali. Nada que não dê para suportar e também para a prefeitura solucionar – pelo amor de Deus! -, porque é uma judiação!
Fachada do Mercadão. Imponente como ele só.


                Lá fora, as colunas adornadas pela cabeça de Céris – acredito eu -, a deusa da agricultura (não encontrei em lugar algum referências sobre essas esculturas).
Segundo o Portal do Mercadão o mercadoMunicipal de São Paulo foi “projetado pelo escritório do arquiteto Francisco Ramos de Azevedo em 1926, o Mercadão foi inaugurado em 25 de janeiro de 1933. A execução dos vitrais foi entregue ao artista russo Conrado Sorgenicht Filho, famoso pelo trabalho realizado na Catedral da Sé e em outras 300 igrejas brasileiras. Ao todo, são 32 painéis subdivididos em 72 lindos vitrais
O prédio – que ocupa um espaço de 12.600 metros quadrados de área construída às margens do rio Tamanduateí – abriga mais de 1.500 funcionários que, juntos, movimentam cerca de 350 toneladas de alimentos por dia em seus mais de 290 boxes.”
Vista do mezanino do Mercado Municipal: O prédio, por dentro e por fora, são lindas obras de arte!


O "pequeno" bolinho de bacalhau de 190g - maravilhoso!


No mezanino, ficam os bares e restaurantes, onde estivemos para degustar a deliciosa comida de lá. O local é conhecido pelo famoso sanduíche de mortadela e o pastel de bacalhau, mas também é possível degustar outras delícias. Elegemos  o Bistrô Gourmet onde pedimos um bolinho de bacalhau. Quando perguntamos qual o tamanho dele, eis a surpresa: 190g!!! Lógico que 1 virou 2. Suco de abacaxi para a pequena que não gostou, vinho Merlot Alamos – gostei, mas o Paulo não muito – e de prato principal, fetuccini de azeitonas pretas com molho de bacalhau, dividido por nós dois – pois é, somos loucos por isso! Rs! Uma farra luso-italiana de lamber os beiços! Tudo isso por R$134,31.
De lá, a pé também, fomos para a 25 demarço. Aquela muvuca! Não tão muvucada porque não é época disso. Compramos de um camelô um par de polainas para Sofia por R$ 10,00 e umas besteirinhas para ela também. Coisinhas de cabelo, entre elas uma coroazinha de princesa, uma faxinha de flores, prendedores de cabelo... R$14,00. Compramos um massageadorzinho da hora na rua. A pilha ou USB, foi um bálsamo para a coluna mais tarde por R$15,00 – pechinchando. Passamos pela ladeira Porto Geral, entramos em umas lojinhas para tentar achar uma fantasia de princesa para a pequena, pois esse será o tema da próxima festa de aniversário. Até achamos, mas tudo com mais ou menos o mesmo preço de Brasília, então ,deixamos para lá. De lá, bem em frente, passamos para o prédio do antigo Banespa para visitar o mirante. Fechado... O prédio está sendo desativado.
Aliás, um dó o tanto de prédio abandonado lá no centro. Cada um mais belo que o outro. Não sei o que as grandes empresas imobiliárias estão esperando para seguir o exemplo de Nova York e começarem a fazer residências de luxo por ali. Valeria a pena, hein?
Mais uma caminhadinha – pequenininha mesmo – chegamos à Casa Mathilde, Doçaria Portuguesa com tradição desde 1855. Aqueles docinhos portugueses maravilhosos: Pasteis de nata, toucinho do céu... E, não tem muito jeito. Doces portugueses são muito doces mesmo. Mas, encantadores! Lindos, delicados... Deliciosos. Gostei muito de todos. Acompanharam nosso lanche um chá de maçã para mim e um cappuccino para o Paulo. A pequena só ficou na água com  biscoito amanteigado com chocolate. Foram ao todo 4 doces, 100g de amanteigados, um chá, uma capuccio e uma água, pelo valor de R$58,10. 
Discreta fachada da Casa Mathilde do Centro. Lá dentro, igualmente "clean" como a fachada. Mas, as delícias lá dentro não são nada "lights"... Uma tentação!


De comer de joelhos, pedindo a Deus perdão pelo pecado da gula... Affff!!!


De lá para o Largo de São Bento, um pulinho! Entrei bem rapidamente no Mosteiro enquanto esperávamos o Uber X, morrendo de dó porque não ficaria para a véspera, que aconteceria dali a meia hora, porque Sofia estava extremamente cansada. A corrida de lá para o hotel deu R$11,09.
Descansamos um pouco, todo mundo dormiu um tiquinho. Assisti à minha novelinha e mais tarde fomos a pé ao Shopping Cidade de São Paulo, a dois quarteirões do hotel. Como todo shopping, igual... Mas, lá é daqueles phynnos, sabe? Fomos de Árabe no Kalili. R$59,95 o quilo. Muito gostoso. Vale a pena!
Depois, hotel e descanso... Estava mesmo precisando. Dormi como há muito tempo não fazia! Segundo Paulo, que, obviamente sabe muito bem do meu sono de pluma, Sofia caiu da cama... Nem ouvi minha bichinha chorar. Porém, segundo ele, nada de grave, logo voltou a dormir. Sei bem como ela é agitada durante o sono. Ah! E como sei!!! Coisas que acontecem na vida. Cair da cama também faz parte. Assim como dormir profundamente e, de tão cansada ficar sabendo no outro dia que você roncou pra caramba. Mas, hein! Eu nem ronco... Que história é essa????? 

  São Paulo: 3 dias - parte II

Dia I    

Antes de tudo, vale lembrar que a viagem foi surpresa. Um presente de aniversário para ser compartilhado com a família que formei. Eu, meu marido e minha filhota. Então, já sabíamos que os passeios seriam muito limitados ao ritmo de nossa garota que só tem 5 anos e perninhas que, enquanto as nossas dão 1 passo, as dela dão 3! Cansa, né? Cada degrau de escada é quase metade das perninhas dela, e não podemos nos esquecer disso.
                Sem muito planejamento, pelo menos para mim, não houve tanto dinheiro quanto gostaria. Portanto, como da primeira vez, compras limitadas. Mas, afinal, foram só três dias e precisávamos aproveitar o máximo que conseguíssemos.
                Bom, numa cidade que, em comparação com Brasília é como a Via-Láctea e a Terra, tão pouco tempo é judiação!
                Já sabíamos – Paulo já sabia, claro – que íamos com Sofia ao Aquário Municipal de São Paulo e onde estaríamos hospedados, no Mercure Avenida Paulista. Com orientações de um dos melhores amigos dele, que também tem filha pequena – também já tínhamos algumas referências.
                Como somos colecionadores dos pratos da Associação da Boa Lembrança, também já havia sido definido um restaurante associado para trazermos o nosso prato para ficar juntinhos da nossa parede da coleção que, esperamos, cresça bastante nos próximos anos.

1º DIA – 10/8/2016 (meio dia de experiências)
Desembarcamos em São Paulo no aeroporto de Congonhas – gosto não, mas, né? – e levamos cerca de 20 minutinhos para chegar. Como transporte oficial da nossa estadia, elegemos o Uber X, já legalizado pela Prefeitura de São Paulo. Ao custo, na chegada, de R$ 31,71, isso porque o motorista demorou para achar a rua do hotel. Chegamos por volta de 12h30, exatamente na hora do check-in, deixamos nossa bagagem no amplo quarto e fomos direto para o Bairro da Liberdade.
Temos, aliás, de elogiar o atendimento do hotel. Na verdade, achamos os paulistanos tão educados e gentis que chega a ser constrangedor!!! No bom sentido, é claro.
Paulo, como bom viciado em comida chinesa, logo quis almoçar em um legítimo restaurante chinês. Fomos deixados pelo Uber X pelo valor de R$ 13,53 em uma rua que vai dar na Praça da Liberdade, mas, bem abaixo. Perguntamos na rua e indicaram um restaurante logo acima de onde estávamos e entramos. O nome do estabelecimento é Ganam Chinese Style Foods, na Rua Barão do Iguape, 93. Estava com portas fechadas, uma pessoa partindo folhas que nos pareciam folhas de couve. Entramos e perguntamos se estava aberto e nos sentamos. Beleza... Não me pareceu muito limpinho, assim, com coisas que já estavam carecendo de uma pintura, troca, etc.
Para nossa surpresa, porém, ninguém falava português fluente! E foi uma festa para nós: Muita indicação no cardápio para uma alegre e gentil senhora chinesa que nada falava em nosso idioma. Uma outra, que parecia ser, de fato, uma das proprietárias, com seu lindo bebê em um canguru, falava um pouquinho e dava poucas orientações para a que nos atendia.
Foi quando disse ao marido que, agora sim, ele provaria a autêntica comida chinesa. De cara já nos serviram chá. Uma espécie de chá preto bem fraquinho – para mim bem saboroso – que só eu tomei porque o consorte não gosta de chá. Depois, também como cortesia da casa, uma sopa de carne, com abóbora verde, gengibre e osso de costela. Um consomê, saboroso, mas diferente das sopas e caldos que costumamos tomar aqui no Brasil. De sabores sutis, com aparência agradável, pouquíssimo sal. O gengibre muito gentil.
A cara de felicidade da pessoa diante do que ele chama de melhor arroz colorido que já comeu na vida!!!

O banquete chinês: para deixar todos os outros no chinelo!!!
Pedimos o que Sofia mais gosta: frango agridoce e arroz colorido. Para nós, camarão com molho de gengibre e ainda rolinhos primavera. Confusão na certa essa história... Para os rolinhos, fizemos com a mão o 2... Queríamos dois rolinhos. Vieram duas porções: 12 rolinhos!!! Rs!!! Eram pequenos, é verdade, mas um exagero, claro. O molho que acompanhava os rolinhos era dos deuses! Nunca provei nada igual... Docinho, azedinho e apimentadinho.
O frango, Jesus, era ma-ra-vi-lho-soooooo! Nada parecido com os chinese fast foods da vida que conhecemos por aí. Levemente picante, sem o característico abacaxi, pouca massa de empanar, com gergelim, pimentões verdes, vermelho e cebola – apesar de marido nem filha gostarem -, foi a sensação do dia!
O arroz também, outra agradável surpresa: colorido de verdade! Com vagem, cenoura, ovos, cebolinha e um tipo de linguiça que não identifiquei, bem temperadinho, e com pouquíssima gordura.
Ficamos apenas decepcionados com o camarão. A falta de comunicação nos enganou. Pensamos que era descascado. Era com casca e cabeça, salteado e totalmente sem sal. O molho, à parte, era uma delícia. Novamente, o gengibre gentilmente sutil. Mas, bem gostoso. Só que para nós não deu bossa. Levamos um tantão de comida de para o hotel, que acabou virando nosso jantar.
Andamos pela Liberdade por aquelas lojinhas cada uma mais fofa que a outra até chegar na Praça da Liberdade, onde, enfim, tomamos um táxi para o Brás, ao custo de R$ 17,30. Andamos bem pouquinho, porque a pequena deu uma cochilada no carro e ficou enjoadinha. Estava cansada, tadinha!
Um oásis no meio da selva de pedra: Um pequeno jardim japonês no meio do caos urbano.
Como já sabia que não poderia garimpar, fomos até o Lojão do Brás. Enooooorme! Opções para toda a família e bolsos. Com roupas, e artigos de cama, mesa e banho. Vale a pena dar uma conferida lá. Não tem erro. Já chegando ao bairro, bem próximo à estação do metrô, está ele lá, enorme e imponente. Compramos roupas para a pequena, já que a previsão era de que no outro dia seria bem frio e ela estava totalmente desguarnecida. Brasília não faz tanto frio, então, optamos por comprar um casaco coringa que servisse de sobretudo e que durasse pelo menos uns dois anos. Ela tem só 5 anos, mas já veste tamanho 8 ou 10! Além do casaco, trouxemos 5 conjuntinhos. Optei por gastar menos de R$ 40,00 por conjunto – ou peça, no caso do casaco – e, no total, gastamos R$.261,50. Achei que valeu muito a pena! Acabou que cada peça ficou por R$ 23,77!!!
Dali, só passamos numas banquinhas ao lado da loja para comprar luvinhas e já fomos em direção ao metrô. Na hora do rush. Com criança... Uma imensidão de gente!!!
                Não conhecíamos nada da cidade, portanto fizemos bom uso do ditado “Quem tem boca vai a Roma”. “Meu, tem várias opções. Vocês podem pegar o trem pralí, descer e ir pracolá, ou pegar o trem tal e descer na estação não sei qual e descer não sei onde...” Não entendemos nada. Depois, acabamos entendendo que tínhamos de subir as escadas e tomar o trem para Tamanduateí e de lá, para a estação Brigadeiro, pertinho do hotel. E foi o que fizemos. Para a primeira estação é que estava meio muvucado. E nem eram 18h ainda! Mas, achamos lugar para sentar na preferencial que não estava ocupado. Em Tamanduateí estava bem tranquilo. Descemos na Paulista meio perdidos, mas logo conseguimos nos achar. A baldeação deu R$ 7,60, com integração gratuita. Chegamos ao hotel, tomamos aquela ducha gostosíssima e soninho gostoso para encarar a maratona do segundo dia.

São Paulo: 3 dias!!!

                Só três dias. Uma grande pena. Quando fui pela primeira vez fiquei um pouco mais. Na verdade, eram os idos de 2008... Ano conturbado. Estava para fazer 29 anos, no auge da crise de separação. Fiquei um mês desempregada. Só um mês, mas o bastante para fazer um rombo em minha vida financeira que, até então, era bem calma e previsível, apesar do emprego não estável.
                Quem me conhece bem sabe o quanto amo arte, arquitetura, literatura, de gastronomia, de comprar coisas boas com preços melhores ainda. Gosto. Muito... Imitando o famoso comercial, “amo muito tudo isso”. E, quando me programei, havia feito isso por um ano antes de, em setembro, finalmente viajar. E fui com destino(s) certo(s): a Bienal de Arte de São Paulo.
                A Bienal de Arte é um evento magnífico que existe desde 1951! Sob o comando dos padrinhos da arte brasileira, Yolanda Penteado e seu esposo Ciccilo Matarazzo, e sob os auspícios dos mais aclamados artistas da época e contou com a participação, por exemplo, de nada mais nada menos que Pablo Picasso, Lasar Segal, René Magritte, Victor Brecheret, entre outros monstros sagrados das artes visuais mundiais. De início ela foi sediada no MAM, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, sediado na marquise do Parque do Ibirapuera.
O prédio da Bienal no Ibirapuera foi projetado anos depois por Niemeyer, por ocasião da comemoração dos 400 anos da Cidade de São Paulo e o segundo andar é um deslumbre, por si só. Colunas e mais colunas preenchem um espaço que ele, o rei dos vãos que desafiam os pobres engenheiros, poderia ter deixado vazio para encher de arte. Mas, ele encheu da arte da arquitetura. As rampas que permeiam o centro são igualmente lindas e bem características dele: cheias de curvas e ondas bem femininas, sensuais e orgânicas.
                A Fundação Bienal de São Paulo foi criada em 1962 e tem como sede o pavilhão da Bienal. Ela é a mantenedora e organizadora do evento, nascendo, portanto, com este fim. Só passou a ser realizada lá no Ibirapuera a partir de sua sétima edição. Tem como missão primordial apresentar e debater a arte contemporânea por meio de seus eventos e á uma das mais influentes instituições internacionais de promoção da arte de seu tempo, tendo impacto no ambiente das artes visuais. Desde sua primeira edição em 1951, a Bienal conta, até agora, com a participação de mais de 14 mil artistas de 160 países, que apresentaram 67 mil obras e já recebeu cerca de impressionantes 8 milhões de visitantes!!!
                Pois é... Eu, professora de Língua Portuguesa e uma grande apaixonada pelas Vanguardas Artísticas, queria muito, por muitos anos, ver a arca das artes do Brasil, o local que traz, ainda hoje, artistas de vanguarda para expor o seu melhor. Tomie Otake já expôs ali e tantos outros artistas que nem se pode enumerar. Já teve até fusca cor de rosa pendurado no teto por elásticos, no melhor estilo “bug jump” de arte. E eu estava sedenta por isso. 2008 era o ano da Bienal. Era o meu ano. O ano da mudança. Mas, como em toda mudança, nem tudo acontece como a gente deseja...
                A mulherada com quem viajei estava cheia de grana. Todas, como eu, haviam guardado dinheiro por um ano, aguardando essa viagem. Mas, eu, como fiquei desempregada por um mês, tive de gastar boa parte do dinheirinho para pagar cartão e poder me manter durante esse tempo. Não era muita grana, obviamente. Porém, quem mora e vive em Brasília sabe muito bem que pouco dinheiro é pouco mesmo. Em São Paulo, quem tem 3000,00 no bolso é rei. E eu já não tinha isso.
                Meu pai foi extremamente generoso: deu, a mim e à minha irmã, as passagens – milhas – e a hospedagem – diárias de plano de turismo. Mesmo assim, claro que eu já não poderia ficar para cima e para baixo de táxi sozinha e ainda pagar os museus que queria visitar. Eram muitos. Comprar roupas? Vixe, não dava mais, não.
                Mas, as companheiras queriam tudo e podiam tudo. E, como foram antes de mim, acabaram indo sem mim para alguns dos lugares que queria muito: Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa... Fora o tanto que compraram e compraram. Sem problemas, eu estava mesmo doida era para ir à Bienal. Chegou o dia, enfim, em que fomos. Que decepção, meu Deus!
                Naquele ano o governo de São Paulo não repassou a tempo a verba para a realização do evento. Corria-se o risco de ela sequer acontecer. Aconteceu. Se o protótipo da primeira foi sob os auspícios dos deuses das artes, da literatura, do teatro e ainda dos amantes da cultura, aquela foi a chamada “Bienal do Vazio”. O segundo andar não tinha nada. Quase a musiquinha: “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...” Tudo vazio. Os artistas protestaram dizendo que arte não se faz assim, a toque de caixa. E é verdade, né?
                Tudo preto e branco. Sem cores. Outro protesto. A arte tem de ser incentivada para ter encanto(?) e o artista responsável pelo segundo pavimento quis, então, mostrar a arte da própria arquitetura de Niemeyer, que Deus o tenha em santo lugar, apesar de ateu.
                Pois é... E quando fui ao MASP, lotaaaaaaaaaaaaado! Restou-me o consolo da feirinha de antiguidades de lá e a beleza do Trianon. Beleza. Belíssimo prédio localizado na bela Avenida Paulista, bem em frente ao lindinho parque Trianon. Ele já é uma obra de arte por si só. Projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, é um prédio erguido por 4 pilares com um vão de incríveis 70 metros.
                Segundo a Wikipedia, “o MASP possui a mais importante e abrangente coleção de arte ocidental da América Latina e de todo o hemisfério sul”.
Fui a São Paulo. O bastante para ver que o Centro é maravilhoso, ir ao Mercadão e provar o famoso pastel de bacalhau, e comer no Sujinho... E rir bastante, apesar de o coração estar muito aflito e de ter muita vontade de voltar.
                Muita água se passou debaixo da ponte. 8 anos entre ali e acolá. E minha vida mudou muito. Eu mudei. E a maior mudança foi a maternidade, claro, óbvio e evidente. E que agora eu não estou sozinha nunca, nunquinha, graças a Deus. Agora, além de uma menina linda e esperta, tenho o marido que me surpreende a cada dia.
                Dessa vez o presente de aniversário veio com o presente das “experiências de vida”. Prefiro mesmo. Ele me conhece. E eis que no envelope as reservas de passagens e de hotel em Sampa!!! Na Avenida Paulista!!!
                Não foi para a Bienal. Gostaria de voltar para a Bienal, quem sabe. Sem a pequena, para namorar um pouco... Quiçá, quiçá, quiçá!
                Eis aqui, depois dessa introdução gigantesca sobre a minha vida e o breve episódio São Paulo e a Bienal do Vazio, um pouco desses três dias pelo Centro.
                Senhores passageiros, apertem os cintos e boa viagem!